African Style: o glamour dos turbantes femininos
Ao redor do mundo, as Fashion Weeks mais proeminentes (Londres, New York, Milão e Paris) apresentam tendências dos estilistas mais badalados da contemporaneidade, como Prada, Donna Karan, Burberry e Neon. O acessório queridinho das coleções das últimas temporadas destes desfiles internacionais tem sido o turbante.
Editorial “Black Allure” da revista Vogue norte-americana em 2011
O turbante reaparece em um momento em que as modas se debruçam a observar adiversidade de outros povos, antes tidos como marginais ou periféricos. Bom exemplo é a tendência étnica, que vem se reinventando e trazendo novidades a cada estação, permanecendo há algumas temporadas. É um sinal da força dos movimentos de inclusão e ascensão das demais culturas em face do novo cenário que se desenha na política e economia mundial, ao ponto de o multiculuralismo adentrar no auge das discussões estéticas.
Mais do que um acessório cheio de estilo e glamour, o turbante tem uma história riquíssima! Originalmente, o turbante é uma indumentária típica e um símbolo étnico da cultura africana utilizada por homens e mulheres, apresentando também funções de proteção religiosa, representar distinções hierárquicas ou simplesmente para exercer função adornativa. No Brasil, o turbante é denominado ojá, e é proveniente das religiões de matriz africana, sendo muito comumente encontrado na Bahia.
Obra denominada “Foto de Negra com Turbante” (1870). Acervo de “O negro na fotografia brasileira do Século XIX, do fotógrafo alemão Albert Henschel“
A übber model Iman resgatando suas raízes africanas com um turbante tradicional
Na moda, em 1930 o estilista francês Paul Poiret, inspirado pela indumentária africana, introduziu o acessório na alta costura, o qual também servia para esconder os cabelos sem cuidados na escassez da Segunda Guerra. Assim, o acessório africano foi adotado por celebridades como Greta Garbo, Elizabeth Taylor, Gloria Swanson, Audrey Hepburn, Sofia Loren, Simone de Beauvoir e até mesmo a rainha Elizabeth.
Recentemente, o turbante está estampado nas principais revistas de moda do mundo, tornando-se uma tendência de glamour também no Oriente Médio. Sinônimo de classe e elegância, Sheikha Mozah Bint Nasser Al-Misned, é esposa do Emir do Qatar. Socióloga e embaixadora especial da UNESCO para Educaçao, seu figurino tem a presença marcante do turbante, conforme pode-se observar nas fotos abaixo.
Na atualidade, os turbantes continuam um acessório elementar de representação da cultura africana, sendo muito utilizados por mulheres negras brasileiras, a exemplo da atriz Isabel Fillardis.
A indumentária étnica das savanas africanas também é ressaltada pelos ícones da indústria fonográfica mundial, a exemplo de Beyoncé e Solange Knowles, dentre inúmeras artistas negras around the world.
Para as mulheres mais ousadas, eles podem ser moldados a partir de faixas ou lenços cobrindo completamente os cabelos, já para as mais discretas, eles podem ser feitos com lenços mais estreitos, adornando os cabelos ou ainda em forma de tiaras-turbante.
O turbante personaliza a autenticidade e a classe da mulher africana. Mentes pequenas e preconceituosas dificilmente compreendem a graça e a multiforme beleza divina das mulheres de diferentes regiões do planeta, pois suas percepções são limitadasa a meros padrões esteriotipados. A respeito disso, a célebre jornalista e escritora Clarice Lispecto fez uma brilhante citação:
Não quero a beleza, quero a identidade !(Clarice Lispector)
fonte: http://princesadesaba.wordpress.com/2012/02/15/african-style-o-glamour-dos-turbantes-
femininos/
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